Os quartos escuros albergam hoje um poeta que já há muito estava para aqui entrar. Conheci Ramón Peralta (Cidade do México, 1972) em Lisboa, cidade agora também sua, por intermédio de um amigo comum, o também poeta mexicano Rodrigo Flores. Trocámos poesias, falámos de predilecções e atirámos expectativas contra o futuro incerto. O poeta de sorriso malandro e olhar puro confessou-me ter entretanto terminado um romance, mas até agora apenas conheço parte do seu trabalho poético, nomeadamente os inéditos El Paso de Eva e Instantáneas, este último um conjunto de fragmentos.
Ramón Peralta é co-director da revista de poesia Oráculo. Publicou os livros de poemas Diáfanas Espigas (FETA, 2003) e Fotosíntesis (Ediciones Invisible, 2006). Para além disso é também tradutor e mantém o blog Aceite de Ajolote. Deixo-vos dois poemas do belíssimo inédito El Paso de Eva, desculpando-me por não apresentar a respectiva tradução portuguesa.
Avanza descalza sin lastimar la hierba.
Pero hoy, día del juicio.
Incestos disimulan descanso bajo las adelfas
respiran futuro en una telaraña
descubren el miedo
y la pena no será errante
por la mancha que germina en el vientre.
Yo, pájaro ciego.
Atento al menor ruido del mal
En la seguridad de las frondas no creo
a pocos metros escucho un diluvio.
Pero hoy, día del juicio.
Incestos disimulan descanso bajo las adelfas
respiran futuro en una telaraña
descubren el miedo
y la pena no será errante
por la mancha que germina en el vientre.
Yo, pájaro ciego.
Atento al menor ruido del mal
En la seguridad de las frondas no creo
a pocos metros escucho un diluvio.
Surge y estalla un beso
que dura este silencio
después el silencio no será beso
será tiempo.
que dura este silencio
después el silencio no será beso
será tiempo.
3 comentários:
Goste do poema de Ramón. Acho que a sua é uma proposto interessante. Também goste de visitar o teu blog. Obrigada
muito bom
Awesome picture!!!
Enviar um comentário