sábado, setembro 20, 2008

Dia vigésimo. Santo Estevão


Dia nacional húngaro, no qual se comemora a fundação do estado pela mão de Santo Estevão, o rei primordial que se desenvencilhou do paganismo no território à custa de largos rios de sangue fraterno. O cristianismo raramente conseguiu impor-se de forma pacífica, pela mera revelação da palavra.
Depois do almoço com os tios de S., visitamos o túmulo de sua mãe. Momento difícil: não sei bem como comportar-me numa situação assim, mas logo me apercebo que S. está tranquila. Isso torna tudo simples e belo até.
Ao final da tarde, deslocamo-nos à casa de M. e da sua namorada para uma pequena reunião de amigos. Sinto-me bem: a faixa etária predominante tem mais a ver comigo e, para além disso, não sou aqui o único estrangeiro. Conversamos com os convivas, enternecemo-nos com algumas crianças pequenas, e às nove assistimos ao fabuloso fogo de artifício, amontoados na varanda do apartamento. Todos recordam ainda a tempestade grotesca que há dois anos, durante as celebrações deste preciso feriado, se abateu sobre a cidade, ceifando inclusivamente a vida a cinco pessoas. Experimento uma indizível invejo de quantos presenciaram semelhante furor da natureza.
Regressamos a casa cedo. Paira já no ar a perspectiva do fim da nossa estadia no país dos húngaros. S. é da opinião de que estas quase três semanas são o período ideal para uma boa visita. Concordo. Sinto alguma saudades das pessoas, da minha casa. Tenho na cabeça uma série de coisas boas a empreender. Também eu já me preparo para o regresso a Lisboa.

1 comentário:

Anónimo disse...

João Miguel,
As fotos são suas?
Um beijo,
Ligia