sexta-feira, dezembro 07, 2007

Giancarlo Huapaya



O peruano Giancarlo Huapaya (Lima, 1979), trouxe ao Festival Tordesilhas, para além de um sorriso rasgado e desejos de cachaça, o seu mais recente livro Polisexual (Hipocampo Editores, 2007). Tal como em Eli Neira, também aqui o imaginário sexual (provocação? predisposição?) desempenha um papel fundamental, se bem que em Giancarlo Huapaya não resulta a ironia tão directa e, por assim dizer, bem disposta. Os poemas (alguns em prosa) de Polisexual (poderoso título que assume o duplo papel de nomear um volume de poemas e o autor/sujeito poético dos mesmos) são mais de auto-análise, talvez não tanto com aquele propósito de compreensão do próprio indivíduo, mas bem mais em jeito de apresentação, confissão aberta de desejos, ou simplesmente a sexualidade por toda a página e em todas as suas (insuspeitas) variantes. O autor reside actualmente em Lima, onde dirige a revista online Lapsus. Passo a transcrever o texto "índice Polisexual":
El final de todo es un índice.
El comienzo también. Ser uno o dos o lo que quieras. De gran capacidad.
Utilízame.
La pasaremos bien parafílico la pasaremos ya verás nuestra ninfomanía
ya verás bien pasaremos los fetiches bien pasaremos sicoanalistas y
pasaremos a mi psicoterapeuta verás que bien obsceno mírame pasar
para apetitos verás los patológicos llámame en tu escatología telefónica y
saldremos manifestantes veraces en el concepto polisexual e pasaremos
uno o dos o lo que quieras con capacidades omnívoras las pasaremos
con nuestros índices fetichistas sicoanalizados por obscenos mirones que
nos pasan llamadas para pasar las capacidades de los apetitos y verás
nuestro polisexualismo sintomático fortalecido por el cambio moral de
los límites por los manifestantes veraces de acuerdo con el uno o dos o
los que quieras y los que quieran y los que apetezcan uno o dos o los y
las y les o las en los o les en les o los en les o las en las o los en los o las
en les en cualquier apetito de conformidad y manifestación.



1 comentário:

Anónimo disse...

Gostei da melodia no final deste poema, do ritmo conferido pelo entraçado sucessivo de aliterações e quiasmos.

Beijinhos.