sexta-feira, novembro 23, 2007

Javier Díaz Gil

De Espanha, para além do basco Juan Krus Igerabide e do valenciano Joan Navarro, dois extraordinários poetas de quem também no futuro daremos conta, viajou o madrilenho Javier Díaz Gil, uma voz já segura na poesia espanhola contemporânea. O intimismo lúcido que caracteriza parte significativa da sua poesia, desembocando por vezes em momentos imprevisíves e contundentes, foi algo que me chamou a atenção desde o início. Conheçam um pouco melhor o poeta e a sua obra no seu blog pessoal. Para já, deixo-vos com um dos poemas que Díaz Gil nos apresentou durante o festival.

EL FANTASMA
El fantasma que he dejado en casa
Está descuidando las tareas.
Sé que está dejando
De regar las plantas,
Levantándose tarde
Y olvidándose de ir trabajar.
Deambula por la casa
Dejando la cama sin hacer
Comiendo más de la cuenta,
Desatendiendo el teléfono
Y a mis amigos.
Pero nada de eso importa,
Ni siquiera
Que haya dejado evaporarse el agua
De toda la lluvia que guardé.
Tengo miedo
que por olvido
No haya sabido
Guardarme la memoria.

4 comentários:

Javier Díaz Gil disse...

Querido Joao
Te agradezco mucho tu comentario y que hayas publicado uno de mis poemas en tu blog. Confío en que sigamos en contacto y compartiendo nuestros poemas.
Un abrazo muy fuerte amigo
Javier Díaz

Fábio Aristimunho disse...

Amigo João,
Escolheu bem o poema do Javier, esse tem mesmo uma pegada muito boa.
E obrigado pela generosidade das suas palavras no post anterior, fiquei contente encontrá-las.
Grande abraço
Fábio

Anónimo disse...

Muito assustador esse fantasma que nos apresenta o poeta Javier Díaz Gil, esse maldito fantasma que nos habita e em cujo reflexo nos vemos...

Arrepiei-me um bocado e vi esse mesmo fantasma que também muitas vezes encontro em mim.

Obrigada por nos mostrares este poema, João!

Um beijinho enorme...

Julia disse...

Esse poema é belíssimo, acho que o meu preferido do Javier. Se bem que há tantos outros bons também!