quarta-feira, junho 20, 2007


A casa antiga. Falara muitas vezes nos seus poemas de uma casa como aquela. Passara já inúmeras vezes naquela rua, mas só agora reparava que a casa dos seus versos afinal existia mesmo. Estava ali cada contorno imaginado, pedra por pedra, conforme lhe havia ditado o correr da pena. Colocou também a hipótese de a casa ter apenas aparecido aos seus olhos por influência da própria escrita. Nesse caso teria a casa antiga uma natureza comum à de todas as outras coisas que povoam o mundo dos homens: impossíveis de existir sem a linguagem parideira de coisas.

2 comentários:

Anónimo disse...

É fascinante quando a imaginação (a criadora) e a realidade (cheia de coisas criadas e inventadas) se encontram e coincidem.

O que imaginamos já foi visto por nós? Ou vemos a realidade como ela cabe no nosso pensamento e, por extensão, nos nossos sonhos e no que escrevemos?

Gostei muito deste pensamento que hoje partilhaste.

Beijinhos.

AR disse...

Os limites da imaginação passados para a vida, para o dia a dia, para dentro de nós e dos nossos percursos. Eu, por aqui, sigo o teu.