do outro lado do muro
bem por cima do meu ombro
há um arbusto de neve e cansaço
na sua linguagem estranha
feita de formas, pequenos indícios
diz-nos que há-de chegar a idade
o momento solto
passada a estação de inverno
a neve cairá dos ramos
e à volta do tronco esguio
há-de acabar por secar a terra
(o repouso do cão abandonado
um retiro de amantes
o velho com o suicídio na cabeça)
e eu haverei de sair da biblioteca
para vir cantar o arbusto centenário
2 comentários:
Sempre em grande amigo. Já tinha saudades de um poema destes... Gostei imenso.
Mt bom...
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