segunda-feira, junho 27, 2011

Ainda a floresta. Dois poemas

caçar não sei e já confesso:
fraquejo de arco em punho
sou mão de lenta lança
recolho só à flor da erva
o fruto de baga rubra
ossadas de musgo e de ouro
galhos para uma fogueira

nas cercanias de szatta
que é nome de nítida aldeia
tanto achado como perdido
nos desvios do bosque escuro
onde testei a resistência
de pau lançado a tronco
e peito à fúria dos dias




não nascerá flor alguma
ou erva brava, inesperada
no lugar do cervo morto

apenas pó daquelas carnes
ou cinza de algum incêndio
e antes disso
oportuna passarada
de pena negra
e bico torto

1 comentário:

João Rasteiro disse...

Excelente texto.
Abraço,

João Rasteiro