domingo, outubro 03, 2010

Cadáver

fedor! (teimaste)
a qualquer coisa como
merda ou lixo antigo
emanando daquelas ervas bravas
em tufos densos
crescendo junto ao muro

nós não acreditámos

nada nos cheirava que não
exactamente erva
erva ensopada
erva quase esgotada
pelo pior janeiro da história

dias mais tarde
à força de uma enxurrada
lá tivemos de segar a erva
expulsá-la aos cachos imensos
para soltar o rego de águas

tinhas razão

havia um cadáver de sapo
já profanado pelo tempo
jazendo sobre uma pedra

3 comentários:

Unknown disse...

http://universosdesfeitos-insonia.blogspot.com/2010/10/actualidade.html

Este gajo faz-se.
Um abraço.

Anónimo disse...

Isto é tão mau. O que vale é que ninguém leva o Henrique a sério.

João Miguel Henriques disse...

Quem é o Henrique? O Granadeiro?