e agora, doutores da república
senhores ditos da república
deixai-me que vos parta a cara toda
de alto a baixo, em bocados pequenos
deixai-me que vos bata imenso
que em breve de novo me aparto
daqui, e de novo para longe
faltarei, vede, à vossa festa
ao centenário da coisa pública
aos abrações, à folgança iludida
mas não querendo ser mal criado
recusando deixar-vos sem uma lembrança
deixai-me partir-vos o trombil aos pedaços
cabecear-vos a face
bater-vos muito, senhores
que para longe parto de novo
5 comentários:
Caro, acho que esses versos de drummond (as três primeiras estrofes de um poema longo) se encaixam com o que estamos vivendo:
"Não, meu coração não é maior que o mundo.
É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo,
por isso me grito,
por isso freqüento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias:
preciso de todos.
Sim, meu coração é muito pequeno.
Só agora vejo que nele não cabem os homens.
Os homens estão cá fora, estão na rua.
A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu esperava.
Mas também a rua não cabe todos os homens.
A rua é menor que o mundo.
O mundo é grande.
Tu sabes como é grande o mundo.
Conheces os navios que levam petróleo e livros, carne e algodão.
Viste as diferentes cores dos homens,
as diferentes dores dos homens,
sabes como é difícil sofrer tudo isso, amontoar tudo isso
num só peito de homem... sem que ele estale".
Meu caro Joãozito, as dores dos homens são muitas e sempre vamos embora para doerem menos. Um grande abraço, meu amigo. E sucesso em sua nova vida!
Vejai?? :-O Vede.
Vou já corrigir. Obrigado.
gosto sobretudo porque deixas pairar a violência sem que o texto se torne demasiado agressivo ao ponto de deixar o leitor mal disposto. O vocabulário é indiscutivelmente violento...
beijo
gosto sobretudo porque deixas pairar a violência sem que o texto se torne demasiado agressivo ao ponto de deixar o leitor mal disposto. O vocabulário é indiscutivelmente violento...
beijo
Enviar um comentário