escuta agora, senhor
os versos que me encomendaram,
que das palavras nem só
palavras devem ser testemunhas
escuta o que dizemos:
o teu nome sabe-o o tempo que se abriga na montanha
entoam-no as cinzas do incêndio nocturno.
desde os inícios que és nome movido a carnes e feitos.
a tua mão desenfreada alcança com os dedos
as margens distantes dos dois rios profundos.
também disto hão-de outros celebrar
depois de mim a ventura e a voraz investida.
do topo do mundo sorriem-te as almas da casa.
tu és o embalado dos astros, só a ti te confiam
o destino dos seus movimentos.
senhor, em chegando aos teus olhos a noite escura
a terra inteira zelará pelo repouso do teu corpo.
tu, que és da fina raça dos homens novos
ergue a lança ardilosa em sinal de purga e ousadia
redime do oblívio a tua linhagem: tu és com a terra.
tomarás o trono e a fêmea uma vez logrado o trabalho.
o teu nome é já do sol a razão pura
2 comentários:
Parece uma prece do Antigo Testamento. E ainda assim, levemente pagão. Nos dias de hoje, já ninguém escreve assim. :))
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