vejo as árvores despidas de folhas
carregadas de ninhos e pássaros:
coisas magras
de bico torto
arrumadas em rolos de palha
e montinhos de ramos secos
assim se vê quando é altura de ir embora
de rumar para algum outro lugar
quando das árvores não há mais que esperar
do que aves esfomeadas
e ninhos frios e vazios,
bicos sem forma ou feitio
cantando noite e dia
tragédias inomináveis
2 comentários:
Oh... Que belo poema...
Mas, vá lá, não anuncies o Outono e o Inverno tão depressa... Estou agora a ver da janela árvores bem verdes, um dia lindo, uma figueira pejada de grandes folhas
verde-escuras e figos...
Beijinho.
respira fundo, faz uma expiração lenta, liberta-te....
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