domingo, dezembro 13, 2015

Fim

Doze anos é muito tempo. Acendam as luzes. A festa acabou.

domingo, novembro 15, 2015

Uma canção para domingo



There's no race, there's only a runner
Just keep one foot in front of the other


quinta-feira, novembro 05, 2015

Fiquei ali fumando.

Havia no mundo extensões imensas de floresta inteiramente virgem, com fauna e flora parentes da baleia. Águas sem defecações industriais sulcavam tais espaços, confluindo para um curso que era o Rei dos Rios Gigantes. E no escondido da floresta, homens e mulheres de saber antediluviano fugiam do branco e da máquina, lutavam para preservar em si mesmos e nos filhos a ligação ao coração da Terra que os antepassados deles lhes tinham transmitido. Ainda havia disso no planeta. 

Nuno Brangança, Square Tolstoi

domingo, agosto 23, 2015

segunda-feira, junho 29, 2015

Morte de um primo


É o título de um conto publicado na Enfermaria 6. Aqui.


quarta-feira, maio 20, 2015

domingo, maio 17, 2015

domingo, abril 19, 2015

Da absolvição

For people don't know how to offer absolution by themselves, nor do they have the power to do so. They lack the power to annihilate a sin once it has taken place. They need outside assistance. Divesting a sin of it's validity, voiding it, rubbing it out of time, in other words making something into nothing, requires a mysterious and supernatural act. Only God - because he is exempt from earthly laws, because He is free, because He can work miracles - may wash away sin, transform it into nothing, and absolve the sinner. Man can hold out absolution to his fellow man only insofar as he founds it on divine absolution.

Milan Kundera, The Joke  


domingo, abril 05, 2015

Uma canção para domingo



Seems like a big deal now
But you will get over

domingo, março 29, 2015

domingo, março 15, 2015

Da distância

If home is the parental home, it is no thread; it is only the past. Letters written by parents are messages from a shore we are foresaking; all they can do is make us aware of how far we have strayed from the port  we left, enveloped in the selfless devotion of our loved ones. Yes, their letters say, the port still exists, it's still there in all its conforting, pristine beauty; but the road back, the way back is lost. 

Milan Kundera, The Joke 


sábado, março 07, 2015

Este - Oeste

Ten kilometers from the Western house there stands the clean room* of the Great Plain, which was furnished with the best furniture when the house was built, the beds were done up with the best bedclothes, then the curtains were drawn, the shutters closed, leaving the smell of stale mould to accumulate. No one ever steps inside, no one uses it. The clean room is the magical space of Eastern man, and anyone who might take it into his head to actually live there would be regarded has having lost his mind. In the West, there are no more such magical spaces. Of course, there are no other magical spaces either. The world has been humanized. Life has become less interesting, also less dangerous, more balanced, perhaps duller, but at the same time more secure and, above all, more gentrified.
 * The clean room of a peasant house was used only on special occasions, but was not lived in, reducing the family's living space to the smoky kitchen, possibly one small room, the stable and granary.

 Béla Hamvas, The Five Geniuses


 
 

domingo, fevereiro 15, 2015

Do atraso

À casa da família Machado chegava tudo tarde: o telefone, a televisão a cores, as transmissões e o canal 2 da RTP, que só dava chuva, as encomendas de França - perdidas no posto dos Correios da Baixa da Banheira - e o almoço do menino, a comer a fruta a caminho da escola, a chegar atrasado, a pedir desculpa à professora, "o almoço atrasou-se, senhora professora". Atrasava-se a mulher para apanhar o autocarro e o marido para o trabalho, os pagamentos a Idalécio e ao Venâncio da mercearia, a água, a luz, as bilhas de gás do senhor Neves da drogaria. As notícias dos falecimentos só lhes chegavam uma semana depois, "o funeral foi a semana passada", os filhos começaram a andar tarde, aprenderam a ler tarde, viviam num fuso horário diferente, com dias de atraso, num arquipélago mental, ligavam a televisão e já o filme estava a acabar, quando compravam os sapatos da moda a moda já tinha passado, viviam em diferido, a correr atrás do tempo.  

 As Primeiras Coisas, Bruno Vieira Amaral


domingo, janeiro 25, 2015

Três poemas de Fonte Breve




Fonte Breve, de João Miguel Henriques (Tea for One, 2015). À venda em Lisboa nas livrarias Ler Devagar, Paralelo W e Letra Livre.


quarta-feira, janeiro 07, 2015

Fonte breve


Lançamento do livro de poesia Fonte Breve, de João Miguel Henriques (editado pela Tea for One), dia 10 de Janeiro, pelas 18:30, no Bar do Teatro A Barraca, em Lisboa. Por lá nos vemos.





domingo, dezembro 21, 2014

Uma canção para domingo



You got to beat it down to get to my soul